Representantes do órgão deram detalhes sobre os Programas Auxílio Material Escolar e Auxílio Uniforme com exclusividade para o Portal Programa Material Escolar
Depois de trabalhar nove anos como gerente da Papelaria Shalom, no bairro Guará II, no Distrito Federal, Henri Campelo teve oportunidade de se tornar dono do negócio em 2018. Um ano depois, entrou em vigor a lei que instituiu o Programa Material Escolar no DF.
“A gente já vendia normalmente para os clientes, pais de alunos etc. Aí entrou a iniciativa do PME, para estudantes de baixa renda. A partir do momento que liberou essa verba do cartão, em 2019 as vendas aumentaram em torno de 10%”, lembra Henri.
Depois de um período de instabilidade provocada pelo fechamento do comércio durante a pandemia de Covid-19 (2020-2021), os negócios voltaram a todo vapor.
Neste ano, as vendas devem crescer 15% em volume e 20% em faturamento. Segundo Henri, a inclusão de um número cada vez maior de estudantes da rede pública no programa do Distrito Federal colabora para esse resultado crescente. Para se ter uma ideia, no ano de implantação eram 64,6 mil; em 2024, 175 mil.
No período de volta às aulas, o número de colaboradores da Papelaria Shalom costuma aumentar de 15 para 20, a fim de atender melhor os clientes. Hoje, a loja com 30 anos de mercado, prepara a abertura de duas novas unidades: uma no mesmo bairro e uma em outra cidade.
Política de Estado
O Programa Material Escolar foi implementado pelo Distrito Federal em 2019, por iniciativa da deputada distrital Jaqueline Silva.
Antes disso, a transferência de crédito para pais de alunos comprarem material escolar nas papelarias vigorou de 2013 a 2018, quando foi suspenso por determinação do Tribunal de Contas do Distrito Federal e Região.
Em entrevista ao Portal Programa Material Escolar, a deputada comentou que aquela iniciativa foi muito positiva para mostrar os benefícios para o comércio local e para os alunos, que ganharam autonomia para escolher seu próprio material.
Com a suspensão, Jaqueline Silva viu a necessidade de garantir a continuidade do PME no Distrito Federal de forma permanente, como uma política de Estado por força de lei.
Desafios
Henri conta que mais do que questões relacionadas ao aumento da demanda, o maior desafio no início do programa foi convencer os pais de alunos que eles só podiam comprar os materiais discriminados na lista elaborada pela Secretaria de Educação.
“Alguns queriam até comprar coisas para eles mesmos, o que as regras do benefício não permitem”. O papeleiro lamenta que alguns clientes chegavam a ameaçar comprar em outros estabelecimentos que não respeitam a restrição.
“Minha resposta era: fique à vontade. O cartão é seu, o dinheiro é seu, faça o que achar melhor”. Ele reforça que mais até do que a punição a que estaria sujeito por vender materiais fora da lista, o que pesa na sua atitude é a ética: “Com este programa, eu enxergo que a gente é um prestador de serviço do governo. Então, você precisa ter ética, fazer o melhor serviço e com a maior qualidade”.
Para fazer esse controle, Henri investiu no treinamento dos vendedores, que sempre têm à mão a lista da Secretaria para orientar os pais de que eles podem pegar materiais de marcas diferentes, desde que o item seja autorizado.
O fato de a lista de materiais sofrer poucas alterações de um ano para outro também ajuda: “Os materiais acabam sendo praticamente os mesmos, lápis, mochila caneta, nada fora do normal. A gente pergunta para o cliente: qual a forma de pagamento? Se for no cartão do governo, os vendedores já têm experiência e mostram os materiais, tiram dúvidas”.
Direito de escolha
Um dos maiores benefícios do Programa Material Escolar apontados por especialistas é o direito de os alunos poderem escolher seus próprios materiais.
Henri concorda: “Eu acho bem significante. No começo, eu atendi pais que não acreditavam que era de verdade. Eles chegavam e perguntavam: vocês aceitam o cartão? A gente dizia que sim, e começava a mostrar os materiais”.
No final da compra, conta Henri, ele percebe em muitos pais uma sensação de alívio de poder atender a vontade dos filhos com uma quantidade de itens que cabem dentro do valor do crédito cedido pelo governo.
“É bem gratificante ver o que esse projeto da [deputada] Jaqueline deu para os pais, principalmente para aqueles que não têm condições financeiras”, comemora o proprietário da Shalom.
A cada dia, mais papelarias prosperam graças ao Programa Material Escolar? Aqui no Portal Programa Material Escolar, continuamos acompanhando essas histórias de sucesso. Fique ligado!
O Cartão Material Escolar é uma iniciativa da ADISPA (Associação dos Distribuidores de Papelaria), ABFIAE (Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares e de Escritório), ABIGRAF (Associação Brasileira da Indústria Gráfica) e SIMPA (Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório e Papelaria de São Paulo), com apoio da Escolar Office Brasil.