A empreendedora Kátia Rodrigues adquiriu a sua primeira papelaria em 2019: a Revir, que já funcionava no bairro paulistano do Socorro há 35 anos. Com a implantação do Programa Material Escolar (PME) no município, o negócio prosperou e, hoje, a rede conta com cinco lojas.
A proprietária avalia que o início desse sistema em 2020, por meio do qual os pais e responsáveis pelos alunos recebem um crédito da prefeitura para adquirir o material escolar diretamente nas papelarias, representou uma mudança “da água para o vinho”.
“Fez uma diferença muito grande. Antes, o ramo de papelaria estava bem difícil”, lembra Kátia.
Ela calcula que o volume de vendas da sua loja quintuplicou logo no primeiro ano do PME, o que a levou a abrir as demais unidades nos anos seguintes: Jardim Ângela, em 2022, e Santo Antônio, Grajaú e Parelheiros, em 2023, todos bairros da zona Sul da capital.
Os novos pontos foram escolhidos estrategicamente, levando em conta a proximidade com escolas municipais, a população de estudantes e a concorrência local. A proprietária garante que o impacto do Programa Material Escolar nas novas lojas foi ainda mais positivo do que na primeira, do bairro de Socorro.
Desafios
Como toda novidade, começar a trabalhar com o Programa Material Escolar demandou a superação de alguns desafios. Kátia elege como o maior deles o crédito com os fornecedores de material escolar.
“Nós saímos de uma compra que era bem menor e saltamos para um volume muito alto, e isso dificultou a questão do crédito. Para muitos produtos, nós tivemos que trabalhar com capital próprio”, lembra.
Na sua opinião, no início alguns fornecedores não acreditaram no potencial de vendas do Programa Material Escolar, o que é até compreensível considerando a melhoria drástica que o sistema trouxe para as papelarias.
“Por exemplo, a gente tinha uma compra de algumas dessas empresas que chegavam, no máximo, a R$ 10 mil. De repente, esse valor pulou para R$ 100 mil”.
Outro desafio apontado por Kátia foi adequar o mix de produtos para melhor atender a variedade e quantidade dos itens que constam das listas de materiais por faixa etária indicados pela prefeitura.
Ela destaca, porém, que essa lista é bastante flexível. “Se na lista consta o item ‘caneta’, eu preciso ter aquela caneta com o valor que eu cadastrei no portal. Mas se o aluno quiser e puder levar uma caneta diferente, melhor, ele também pode”.
Treinamento
Um dos principais cuidados das papelarias que se credenciam no Programa Material Escolar é o controle para não vender materiais que não estejam contemplados no programa.
O edital da prefeitura de São Paulo prevê que os estabelecimentos que incidirem no fornecimento irregular de materiais estão sujeitos a penalidades que vão desde advertência e multa até descredenciamento e proibição de novo credenciamento no prazo de três anos.
Em vez de adotar um sistema automatizado para fazer esse controle, Kátia decidiu investir no treinamento dos colaboradores. “Eu tenho uma pessoa em cada loja que fica com a lista na mão orientando os pais”.
Ela criou também uma etiqueta de identificação que diferencia os materiais autorizados dos demais, de modo a orientar a escolha dos pais e alunos.
“Adicionalmente, nós temos um sistema que integra todas as lojas e ajuda a fiscalizar se passou alguma coisa indevida. Mas como o pessoal da loja é muito bem treinado e os pais já estão acostumados, é muito raro ter alguma divergência”, completa.
Kátia considera que um dos maiores benefícios do Programa Material Escolar é o social, uma vez que garante a liberdade de escolha dos alunos. Segundo ela, observar a reação crianças na loja é gratificante.
“O simples fato de poder escolher todo seu material causa um impacto muito positivo nelas. As menores ficam agradecendo os pais pela compra do material. Esse lado social do programa é maravilhoso”.
Continuidade
A proprietária da Revir não tem nenhuma dúvida sobre os benefícios do Programa Material Escolar para o setor de papelarias, e reafirma que só conseguiu as cinco lojas por causa do programa.
Durante a conversa com o Portal Programa Material Escolar, Kátia ficou surpresa ao saber que vários municípios brasileiros adotam sistema semelhante ao de São Paulo.
“Que bacana isso! Quanto mais prefeituras aderirem, mais ele vai se perpetuando. Aí não corremos menos risco de perdê-lo”.
Ela acredita que a continuidade do programa PME depende em grande parte das próprias papelarias e, por isso, dá alguns conselhos para os estabelecimentos que estão começando agora:
- Seja correto com todas as regras da prefeitura;
- Garanta a quantidade e a variedade dos produtos indicados nas listas;
- Escolha bons fornecedores para assegurar a qualidade dos materiais.
“As papelarias que acreditaram no programa, trabalharam direito e compraram bons produtos para oferecer aos pais estão tendo muito sucesso”, atesta.
Gostou dessa história? Continue acompanhando o Portal Programa Material Escolar para conhecer outros casos de papelarias tão bem-sucedidas como a Revir.
O Programa Material Escolar é uma iniciativa da ADISPA (Associação dos Distribuidores de Papelaria), ABFIAE (Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares e de Escritório), ABIGRAF (Associação Brasileira da Indústria Gráfica) e SIMPA (Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório e Papelaria de São Paulo), com apoio da Escolar Office Brasil.